sábado, 15 de dezembro de 2012
Educação Brasileira 66 - História da África / Cultura Afro-brasileira
O ensino da história brasileira - referências às raízes africanas no Brasil! É importante mostrar a existência de um passado histórico africano, através de uma lei que defende a integração de um processo de conhecimento histórico e não acirramento de conflitos ou julgamentos, nem possíveis existências vai declarar vítimas ou culpados.
África: Um Continente sem História?
África uma história de luta e cultura, uma civilização que esforça para mostrar que não é inferior, povos que tem sua história. História que está nas raízes da nossa, da nossa identidade, identidade brasileira. O resgate precisa continuar sendo feito até que possamos perceber e reconhecer a importância da cultura Africana.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Progresso sem frei
Em meio ao surgimento dos automóveis no Brasil, revista ilustrada mostrava os perigos da modernidade mãos erradas. (Nashla Dahás)
.jpg)
O ano de 1913 assistiu a uma ebulição de mudanças culturais. Na Espanha, foi criado um novo corante que permitia enxergar os neurônios; em Paris, a iluminação a gás se rendia à elétrica, opneumatique ao telefone e o teatro popular ao cinema. Freud publicavaTotem e Tabu, e eram erguidos nos Estados Unidos os primeiros arranha-céus, como prova de que o conhecimento científico poderia mesmo levar a um futuro humanamente planejado; ao progresso, enfim...
Historiadora levanta biografia de órfão levado de Canudos por Euclides da Cunha (Vanessa Sattamini Varão Monteiro)

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/fim-do-misterio
Raízes do Brasil I
A vida e obra de Sérgio Buarque de Hollanda, um dos principais intelectuais do Brasil no século XX e autor dos livros "Raízes do Brasil" e "Visões do Paraíso". Dividido em duas partes, o filme mostra desde o cotidiano de Sérgio, incluindo o modo como interagia com a família e amigos, até um panorama cronológico de sua época, em que lidou com o nazismo, os anos de Getúlio Vargas no poder e a ascensão do movimento modernista no Brasil.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Casa Grande & Senzala - Episódio 1 - Gilberto Freire, o Cabral Moderno
Documentário dirigido por Nélson Pereira dos Santos, Casa Grande & Senzala é baseado no livro homônimo de Gilberto Freire
A produção está dividida em quatro episódios a primeira, "Gilberto Freire, o Cabral moderno", fala do próprio autor, comparando-o ao descobridor do Brasil por sua atividade intelectual; o segundo capítulo, "A cunhã de família brasileira" discute a contribuição do índio à formação brasileira; na terceira parte, "O português, colonizador dos trópicos" Fleyre analisa as características do povo português e quais suas influências na formação brasileira; por fim, o último episódio, "O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro", discute a participação africana na vida social brasileira.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Sacheen Littlefeather es una apache activista por los derechos de los Nativos Norteamericanos que saltó a la fama mundial en 1973 tras ser la elegida por el actor Marlon Brando para que fuera ella la que, vestida con un traje tradicional apache, subiera al escenario para recoger el Oscar al mejor actor por su interpretación en la película "El Padrino" en la 45 edición de dicha entrega de premios, y asi tener la oportunidad de lanzar un discurso contra la mala imagen que en la industria cinematrográfica se daba de los Nativos. Brando recibio por este gesto criticas terribles, pero también grandes muestras de simpatia y apoyo...

A contemporaneidade de “Elegia 1938”, de Carlos Drummond de Andrade
Diante da decadência de uma sociedade que perde gradualmente seus referenciais, o poeta critica a mecanização do homem e a falta de sentido da vida
.jpg)
Sinvaldo Júnior
Especial para o Jornal Opção
Especial para o Jornal Opção
Os temas políticos, o sofrimento do ser humano e as guerras, a solidão, o mundo frágil, os seres solitários e impotentes ante o sistema são uma das facetas da poesia drummondiana. Num mundo em que se prezam os conflitos (sobretudo com os quais não se aprende, mas se destrói), a automatização do homem, o cinismo, a indiferença, a hipocrisia, cabe ao poeta, lírico e angustiadamente (dada a sua impotência), cantar este mundo tal como ele é, visto que não pode, sozinho, modificá-lo — é o que se percebe no poema “Elegia 1938”, de Carlos Drummond de Andrade:
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.
Elegia? O que é isso? É um poema composto de versos hexâmetros e pentâmetros alternados — conceito que não se encaixa ao poema em questão —, ou poema lírico de tom terno e triste; canção de lamento — conceitos que se encaixam plenamente com o tom e a temática do poema de Drummond.
Embora o sistema do mundo não ofereça nenhum exemplo, nada que verdadeiramente valha a pena, o homem é o maior construtor desse mundo, para o qual trabalha e, em consequência indireta, sente calor, frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual, o que denota sua incoerência ou tamanha cegueira, pois, pergunta-se: por que se ocupar com trabalhos que nada lhe oferecem mas, ao contrário, lhe privam de verdadeiramente viver?; por que contribuir para um sistema que dá mais importância ao capital?; por que se conformar em fazer o que todos fazem (gestos universais) se, mesmo dedicado (cegamente dedicado), não se ganha nada em troca? — são questões levantadas pelo poema, cuja atualidade nos espanta. Ou não?
Os heróis (aí cabe uma ironiazinha) fazem apologia à virtude (mas inventam guerras e matam), à renúncia (mas são vaidosos), ao sangue-frio (mas pregam o ódio) — discurso que contribui e corrobora o verdadeiro intento do sistema e de seus criadores: cegar, desindividualizar o ser humano o máximo possível, porque assim é mais fácil enganar. Prega-se uma coisa aos seguidores (cegos trabalhadores), mas os “heróis” fazem outra, o oposto e, poderosos, possuem direitos que os meros mortais não possuem, como abrir guarda-chuvas de bronze ou se recolher a sinistras bibliotecas quando, à noite, neblina. E jamais — jamais — aceitariam ser destituídos dos seus privilégios em prol do outro, até porque não aceita nem enxerga a alteridade do outro.
A impotência é explícita e inevitável: Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra — única forma de fuga da realidade, válvula de escape. O sono é comparado à morte, pois dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Porém, o subterfúgio é efêmero, dado que, ao despertar, tudo volta ao que/como era antes: a Grande Máquina (com letras maiúsculas) existe, é real, posto que invisível (impalpável), o que dificulta uma possível luta contra ela. O ser humano, pequenino, se confronta (confronta?) com o sistema, grandioso. Mas é a insignificância do homem, ante esse mundo, que, na verdade, sobressai. Sim, somos insignificantes. Ou ainda duvida disso?
Mortos, na quarta estrofe, pode equivaler às pessoas inseridas nesse (neste) contexto inumano — metáfora do ser humano, tal qual ele é, visto que, automático, passivo, conformado, é como se realmente morto estivesse. E não está? Os assuntos das conversas se referem — sempre, sempre — ao futuro: esperança adiada. E mais fugas: horas de amor e tempo de semear (sensações concretas e produtivas) são trocados por literatura e telefone (prazeres passageiros e improdutivos, porque segundo muitos a literatura é, de fato, inútil).
Em virtude de tudo isso, basta (infelizmente) conformar-se, adiar para outro século a felicidade coletiva, aceitar (a chuva, contra a qual nada se pode fazer), a guerra, o desemprego e a injusta distribuição (contra as quais muito se poderia (e pode) fazer, mas se...), pois não é possível, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan (símbolo, no passado e mesmo agora, decorridos 74 anos, do sistema capitalista, o qual é o corresponsável por tudo (ou nada). Resta, portanto, a revolta contida, a incapacidade — a frustração. O que mais restaria?
É, assim, possível fazer um paralelo do ano de 1938 (ano em que foi escrito o poema e ao qual se refere) e o século 21 (pleno...), pois se percebe que nada, ou pouco, mudou — daí a (infeliz) contemporaneidade do poema. Escrito um ano antes do início da Segunda Guerra Mundial, em que poderosos ditavam e subordinados cumpriam, em que homens (cegos ou indiferentes) se conformavam com o status quo (mesmo que esse status quo os oprimissem, os robotizassem, os subjugassem, os matassem) — época que se assemelha ao contexto vigente (de servilismo, de pseudodemocracia, de guerras (injustificáveis), de ditadores (camuflados), de falta de organização e cooperação entre indivíduos realmente individuais). Época, sobretudo e consequentemente, de frustrações, porque sozinho (talvez com um trabalho conjunto sim, vide [aqui cabe uma pitada de humor negro] o World Trade Center em setembro de 2001), não se pode — por mais que se queira — explodir Nova York, símbolo, ainda hoje, de poderio, do capitalismo, de dinheiro, de imperialismo, causas, mesmo que indiretas (é sensato não sermos simplistas), de grandes males da humanidade.
Os poetas (dentre eles Carlos Drummond) existem, felizmente, para explicitar e cantar e escancarar o medo: o medo dos soldados, o medo dos ditadores, o medo dos democratas. É uma voz que destoa, ou deveria destoar. Dessa voz (des)toante, claro está, surge libertações. Libertações inúteis que não mudam o mundo, posto que são libertações individuais e individualistas. Somente de um conjunto de vozes destoantes, mas harmônicas, surgiria a verdadeira libertação. Utopia? Sim, mas a utopia é sempre melhor do que a cegueira e o cinismo. Ou não?
Embora o sistema do mundo não ofereça nenhum exemplo, nada que verdadeiramente valha a pena, o homem é o maior construtor desse mundo, para o qual trabalha e, em consequência indireta, sente calor, frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual, o que denota sua incoerência ou tamanha cegueira, pois, pergunta-se: por que se ocupar com trabalhos que nada lhe oferecem mas, ao contrário, lhe privam de verdadeiramente viver?; por que contribuir para um sistema que dá mais importância ao capital?; por que se conformar em fazer o que todos fazem (gestos universais) se, mesmo dedicado (cegamente dedicado), não se ganha nada em troca? — são questões levantadas pelo poema, cuja atualidade nos espanta. Ou não?
Os heróis (aí cabe uma ironiazinha) fazem apologia à virtude (mas inventam guerras e matam), à renúncia (mas são vaidosos), ao sangue-frio (mas pregam o ódio) — discurso que contribui e corrobora o verdadeiro intento do sistema e de seus criadores: cegar, desindividualizar o ser humano o máximo possível, porque assim é mais fácil enganar. Prega-se uma coisa aos seguidores (cegos trabalhadores), mas os “heróis” fazem outra, o oposto e, poderosos, possuem direitos que os meros mortais não possuem, como abrir guarda-chuvas de bronze ou se recolher a sinistras bibliotecas quando, à noite, neblina. E jamais — jamais — aceitariam ser destituídos dos seus privilégios em prol do outro, até porque não aceita nem enxerga a alteridade do outro.
A impotência é explícita e inevitável: Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra — única forma de fuga da realidade, válvula de escape. O sono é comparado à morte, pois dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Porém, o subterfúgio é efêmero, dado que, ao despertar, tudo volta ao que/como era antes: a Grande Máquina (com letras maiúsculas) existe, é real, posto que invisível (impalpável), o que dificulta uma possível luta contra ela. O ser humano, pequenino, se confronta (confronta?) com o sistema, grandioso. Mas é a insignificância do homem, ante esse mundo, que, na verdade, sobressai. Sim, somos insignificantes. Ou ainda duvida disso?
Mortos, na quarta estrofe, pode equivaler às pessoas inseridas nesse (neste) contexto inumano — metáfora do ser humano, tal qual ele é, visto que, automático, passivo, conformado, é como se realmente morto estivesse. E não está? Os assuntos das conversas se referem — sempre, sempre — ao futuro: esperança adiada. E mais fugas: horas de amor e tempo de semear (sensações concretas e produtivas) são trocados por literatura e telefone (prazeres passageiros e improdutivos, porque segundo muitos a literatura é, de fato, inútil).
Em virtude de tudo isso, basta (infelizmente) conformar-se, adiar para outro século a felicidade coletiva, aceitar (a chuva, contra a qual nada se pode fazer), a guerra, o desemprego e a injusta distribuição (contra as quais muito se poderia (e pode) fazer, mas se...), pois não é possível, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan (símbolo, no passado e mesmo agora, decorridos 74 anos, do sistema capitalista, o qual é o corresponsável por tudo (ou nada). Resta, portanto, a revolta contida, a incapacidade — a frustração. O que mais restaria?
É, assim, possível fazer um paralelo do ano de 1938 (ano em que foi escrito o poema e ao qual se refere) e o século 21 (pleno...), pois se percebe que nada, ou pouco, mudou — daí a (infeliz) contemporaneidade do poema. Escrito um ano antes do início da Segunda Guerra Mundial, em que poderosos ditavam e subordinados cumpriam, em que homens (cegos ou indiferentes) se conformavam com o status quo (mesmo que esse status quo os oprimissem, os robotizassem, os subjugassem, os matassem) — época que se assemelha ao contexto vigente (de servilismo, de pseudodemocracia, de guerras (injustificáveis), de ditadores (camuflados), de falta de organização e cooperação entre indivíduos realmente individuais). Época, sobretudo e consequentemente, de frustrações, porque sozinho (talvez com um trabalho conjunto sim, vide [aqui cabe uma pitada de humor negro] o World Trade Center em setembro de 2001), não se pode — por mais que se queira — explodir Nova York, símbolo, ainda hoje, de poderio, do capitalismo, de dinheiro, de imperialismo, causas, mesmo que indiretas (é sensato não sermos simplistas), de grandes males da humanidade.
Os poetas (dentre eles Carlos Drummond) existem, felizmente, para explicitar e cantar e escancarar o medo: o medo dos soldados, o medo dos ditadores, o medo dos democratas. É uma voz que destoa, ou deveria destoar. Dessa voz (des)toante, claro está, surge libertações. Libertações inúteis que não mudam o mundo, posto que são libertações individuais e individualistas. Somente de um conjunto de vozes destoantes, mas harmônicas, surgiria a verdadeira libertação. Utopia? Sim, mas a utopia é sempre melhor do que a cegueira e o cinismo. Ou não?
Historiografia literária brasileira - 2ª parte
Gilberto Mendonça Teles analisa autores, obras e as fases que compõem o estudo da historiografia literária: sua evolução, as novas observações e as repetições de um historiador para outro
.jpg)
Gilberto Mendonça Teles
Especial para o Jornal Opção
Especial para o Jornal Opção
A história da historiografia literária do Brasil pode ser percebida por meio de três fases simétricas ao nosso processo cultural: “Fase de Informação” (dos primórdios a 1826 ); de “Formação” (de 1826 a 1888); e de “Confirmação” (e às vezes de “Conformação”), de 1888 a 2000. Essas três fases não constituem blocos isolados, mas se alinham numa direção progressiva, de modo que o observador pode, por meio delas, perceber o tipo de modificação que se foi operando, as novas observações e as repetições de um para outro historiador.
“Informação”, mas no sentido latino de “informare”: “dar forma, iniciar alguma coisa” desde dentro. É típica do período colonial, quando o símbolo (vertical, impositivo e coletivo) se impunha ideologicamente sobre a linguagem da metrópole e quando os acontecimentos literários da colônia eram relegados ou vistos com desconfiança, além de que Portugal não podia se dar ao luxo de fazer a história literária de suas colônias, uma vez que nem havia ali o que estudar nem havia escrito ainda a sua própria história literária.
Em 1761, o cônego Bernardo Lima começa a publicar a sua “Gazeta Literária”, que circulou por vários anos sem a menor referência a um autor brasileiro ou nascido no Brasil. Apesar de alguns brasileiros aparecerem na obra de Bouterwek (“Geschichte der Neuen Poesie un Beredsamkeit”), e na do suíço Simonde de Sismondi, “De la Littérature du Midi de l’Europe”, de 1813, que via a literatura do “grande império dos portugueses como uma literatura de esperança, do futuro”, cremos que o pouco que se poderia chamar crítica no Brasil do século 18 está nos poemas metalinguísticos de Silva Alvarenga, nas atas e nos atos laudatórios das várias academias que foram surgindo, como a Brasílica dos Esquecidos (1724), a dos Renascidos (1759), a dos Felizes (1736), a Científica do Rio de Janeiro (1772), a Sociedade Literária do Janeiro (1786) e a Arcádia Fluminense (1º quartel do século 19). Todo o material desses atos acadêmicos se encontra hoje no livro “O Movimento Academicista no Brasil” (1641-1820/22), em quatorze volumes, publicado por José Aderaldo Castello, de 1969 a 1978. Apesar de existirem obras de poetas nos séculos 17 e 18 e narrativas especiais como “O Peregrino da América” e “As Aventuras de Diófanes”, não se pode falar ainda numa “literatura brasileira” e, portanto, numa história literária nessa época.
“Informação”, mas no sentido latino de “informare”: “dar forma, iniciar alguma coisa” desde dentro. É típica do período colonial, quando o símbolo (vertical, impositivo e coletivo) se impunha ideologicamente sobre a linguagem da metrópole e quando os acontecimentos literários da colônia eram relegados ou vistos com desconfiança, além de que Portugal não podia se dar ao luxo de fazer a história literária de suas colônias, uma vez que nem havia ali o que estudar nem havia escrito ainda a sua própria história literária.
Em 1761, o cônego Bernardo Lima começa a publicar a sua “Gazeta Literária”, que circulou por vários anos sem a menor referência a um autor brasileiro ou nascido no Brasil. Apesar de alguns brasileiros aparecerem na obra de Bouterwek (“Geschichte der Neuen Poesie un Beredsamkeit”), e na do suíço Simonde de Sismondi, “De la Littérature du Midi de l’Europe”, de 1813, que via a literatura do “grande império dos portugueses como uma literatura de esperança, do futuro”, cremos que o pouco que se poderia chamar crítica no Brasil do século 18 está nos poemas metalinguísticos de Silva Alvarenga, nas atas e nos atos laudatórios das várias academias que foram surgindo, como a Brasílica dos Esquecidos (1724), a dos Renascidos (1759), a dos Felizes (1736), a Científica do Rio de Janeiro (1772), a Sociedade Literária do Janeiro (1786) e a Arcádia Fluminense (1º quartel do século 19). Todo o material desses atos acadêmicos se encontra hoje no livro “O Movimento Academicista no Brasil” (1641-1820/22), em quatorze volumes, publicado por José Aderaldo Castello, de 1969 a 1978. Apesar de existirem obras de poetas nos séculos 17 e 18 e narrativas especiais como “O Peregrino da América” e “As Aventuras de Diófanes”, não se pode falar ainda numa “literatura brasileira” e, portanto, numa história literária nessa época.
Assinar:
Postagens (Atom)